O grande vencedor do 15º Prêmio Abrafati de Ciências em Tintas, que foi realizado em dezembro de 2013 pela Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas), foi um projeto incrível que melhora muito a utilização das tintas. O grupo, que é da Escola de Engenharia de Lorena, da USP, desenvolveu uma tinta que absorve som e reduz dispersão de chama.
O material, que é uma tinta látex, de acordo com o grupo, consegue melhorar a absorção sonora do ambiente e diminuir significativamente a propagação de chama em casos de incêndio. Sua aderência ao reboco é tão eficiente quanto as tintas comuns, quebrando as expectativas ruins devido a adição de outros reagentes. Os testes de aderência foram feitos e mostrou que não houve piora nos resultados, e foi a partir daí que resolveram investigar as diferenças da normal, constatando as propriedades “acústicas”.
À tinta comum, foram adicionados aditivos produzidos através da cana-de-açúcar (bagaço e palha) e de lignina, que é uma molécula produzida pelos mesmos materiais. A intenção da utilização desses é a redução da adição de outros compostos derivados de petróleo, que são comuns na composição das tintas e encarecem a sua produção.
O projeto, desenvolvido pelos alunos Alessandro Costa Pinto, com projeto de iniciação científica, e Fernanda de Carvalho Oliveira, fazendo projeto de doutorado, foi acompanhado pelos professores Ângelo Capri Neto, Adilson Roberto Gonçalves, Maria da Rosa Capri. Juntos, eles conseguiram, além de tudo, reduzir o preço de produção e ainda ajudar no quesito sustentabilidade, já que produtos químicos derivados do petróleo são substituídos por reagentes naturais, baratos e abundantes. O professor neto explica: “A escolha do bagaço e da palha da cana se justifica pela abundância nas regiões canavieiras e que, hoje, são rejeitos da indústria agrícola e precisam de uma destinação. Além disso, a substituição parcial do petróleo pela fibra natural reduz o custo de produção e o impacto ambiental quando o material for descartado”.
O produto ainda apresenta-se em fase de patenteamento, portanto não há estimativas da data de início de comercialização, mas é, de fato, um avanço para a construção civil. De acordo com a equipe, o aumento de absorção sonora chega a 15 decibéis, sendo que a comum não passa de 10. Quanto à resistência à chama, registra-se que a tinta comum de látex é muito inflamável, o que propaga a chama mais rápido em casos de incêndio. A modificada, em decorrência da adição da palha de cana, criou uma certa berreira que evita essa propagação, aumentando a segurança de quem recorra à ela.
Fonte: http://blog.construir.arq.br/pesquisadores-unidade-usp-criam-tinta-latex-resistente-chamas-maior-absorcao-sonora/
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