sexta-feira, 11 de março de 2016

Levantamento topográfico

Pagamento pode ser por área, por dia, serviço ou por preço global

Além de todas as marcações do terreno, como      eventuais construções, o levantamento também  pode trazer informações sobre o comportamento do  solo no caso de chuvas
O levantamento topográfico visa gerar um modelo da porção de terra, subterrânea ou superficial que se tornará planta do local onde será realizada a obra. O processo é dividido em fase de coleta, processamento e tratamento de dados, disposição e gerenciamento das informações coletadas, que irá compor relatório e planta da área. "São mapas em escala, uma cartografia voltada à implantação de projetos, com mais detalhes", explica Jorge Cintra, professor da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).
Os profissionais aptos a prestar este serviço são o engenheiro agrimensor registrado no Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) e o topógrafo, responsável técnico que assina a planta. O método mais utilizado é a geotecnologia, capaz de medir ângulos e distâncias por meio do taqueômetro, conhecido como estação total.
O scanner - semelhante ao taqueômetro e que faz 400 medições por segundo - é usado para criar modelos tridimensionais. Também pode ser utilizado o sensoriamento remoto, o imageamento por satélite, a aerofotogrametria e o posicionamento por GPS. Existe ainda a fotogrametria terrestre ou aérea, que usa filmes fotográficos ou imagens digitais - feitas com câmeras específicas.
ESPECIFICAÇÃO
Dentre os diversos tipos existentes, os mais usuais são o levantamento planimétrico, quando a projeção do terreno é feita em duas dimensões, representando comprimentos e larguras; e o levantamento planialtimétrico, quando são consideradas também as alturas e altitudes do terreno, resultando em planta em três dimensões. "Se o levantamento visa só à questão fundiária, ou seja, só os limites de propriedade, basta o planimétrico", exemplifica Régis Bueno, ex-professor da Poli-USP.
Já em loteamentos se faz necessário o levantamento planialtimétrico cadastral, em que são incluídas todas as marcações do terreno, como eventuais construções e áreas verdes protegidas. Esse cadastro é importante para que o construtor saiba se precisará desapropriar casas e terrenos e até mesmo se há necessidade de obter licença ambiental.
Além disso, podem ser levantadas questões temporais, como a análise da resposta do solo antes, durante e após a incidência de chuvas. Em alguns casos também é preciso fazer acompanhamento do volume de terra removida ou depositada no terreno.
O levantamento topográfico está presente em todas as etapas da obra, iniciando antes mesmo do desenvolvimento do projeto e passando pela marcação e implantação das fundações, construção de paredes etc. Geralmente, o profissional que fez o levantamento acompanha a construção. "Se ele não estiver disponível não há problema, porque o topógrafo gera uma planilha que outro profissional é capaz de interpretar e dar seguimento ao serviço", conta Ottorino Junior, diretor de obras da unidade São Paulo da Brookfield Incorporações.
COTAÇÕES DE PREÇOS E FORNECEDORES
O orçamento e o pagamento podem ser feitos por área, por dia, serviço ou por preço global, levando em consideração todas as etapas da construção. "A diária custa, em média, R$ 800 para cada equipe", avalia o diretor de obras da Brookfield.
O levantamento inicial geralmente é cobrado por metro quadrado, variando de acordo com a complexidade do terreno. "Em uma favela pode sair por R$ 2/m2, enquanto que um terreno limpo e plano pode custar R$ 0,10/m2", conta Maurílio Turbiani Junior, presidente da Aetesp (Associação das Empresas de Topografia do Estado de São Paulo), que aconselha à empresa contratada visitar o terreno antes de fechar negócio.
Os equipamentos empregados no levantamento também influenciarão no preço final. O GPS usado nesse tipo de serviço, por exemplo, possui tecnologia superior àquela utilizada em automóveis e pode custar de US$ 15 mil a US$ 30 mil. Sua manutenção também é cara e não sai por menos de US$ 100 a US$ 200 por dia. Todos esses valores compõem o custo final.
Dificuldades para as medições, como existência de matas preservadas, construções prévias, edificações tombadas e terreno com muitos desníveis também encarecem o serviço. Somam-se a isso regras impostas pela contratante, como ocorre com petrolíferas, que impõem restrições visando a segurança dos prestadores do serviço e dos funcionários da empresa.
LOGÍSTICA
Antes do orçamento, é preciso saber que tipo de levantamento será solicitado, quais especificações devem ser detalhadas e o nível de precisão dos dados. Logicamente, quanto maior a precisão das informações, maiores os custos.
Se a contratante não tiver engenheiro capaz de realizar as especificações, é preciso solicitar que uma consultoria realize a etapa pré-levantamento. "A empresa que prestará o serviço precisa conhecer exatamente as demandas da contratante para evitar erros ou gastos excedentes, não previstos no orçamento", explica Bueno.
É preciso checar se as delimitações do terreno estão de acordo com o que consta na documentação da área. Feito isso, é preciso limpar o terreno, retirando a vegetação rasteira e grama, que podem esconder desníveis do solo.
O topógrafo poderá fazer marcações no solo, para levantamentos terrestres ou aéreos, ou usar pontos de referência já existentes, como o cruzamento de ruas, quinas de construção prévia ou próxima do terreno.

Com a falta de bons profissionais no mercado, como garantir a precisão do levantamento e a qualidade do serviço prestado?
O engenheiro civil responsável pela obra pode ter algum conhecimento de topografia e usar alguns métodos para saber se o levantamento está correto. Afinal, ele sabe o resultado que quer ao final do levantamento, mesmo não sabendo o processo inteiro do serviço. No caso de grandes obras, como na construção de estradas e metrôs, o governo pode contratar uma empresa para executar o levantamento e outra para fiscalizar o serviço. Isso só acontece em obras de grande complexidade, porque o custo fica muito alto. O preço também pode ser um indicador de qualidade, pois é estranho se estiver muito abaixo do mercado. O site da Aetesp, em www.aetesp.com.br, tem uma tabela com a média dos preços cobrados pelos principais serviços. É bom procurar empresas que tenham mais experiência na área também.
Quais as principais informações que devem ser levantadas para realizar o orçamento?
É preciso saber o tamanho da área e o local em que o levantamento será executado, além de detalhes como a existência de rios, construções prévias e tipo de vegetação encontrados no terreno. Também é necessário avaliar o nível de precisão. Para terrenos pequenos, de cerca de 1,5 mil m2, a escala pode ser de 1:50. Já em fazendas, a escala pode ser de 1:5.000.

Normas técnicas
> NBR 13133:1994 - Execução de Levantamento Topográfico - Procedimento
> NBR 14166:1998 - Rede de Referência Cadastral Municipal - Procedimento
> NBR 14645-1:2001 - Elaboração do "como construído" (as built) para Edificações - Parte 1: Levantamento Planialtimétrico e Cadastral de Imóveis Urbanizados com Área até 25.000 m2, para fins de estudos, projetos e edificação - Procedimento
> NBR 14645-2:2005 - Elaboração do "como construído" (as built) para Edificações - Parte 2: Levantamento Planimétrico para Registro Público, para Retificação de Imóvel Urbano - Procedimento
> NBR 14645-3:2005 - Elaboração do "como construído" (as built) para Edificações - Parte 3: Locação Topográfica e Controle Dimensional da Obra - Procedimento
> NBR 15309:2005 - Locação Topográfica e Acompanhamento Dimensional de Obra Metroviária e Assemelhada - Procedimento
> NBR 15777:2009 - Convenções Topográficas para Plantas e Cartas - escalas 1:10.000 - 1:5.000 - 1:2.000 - 1:1.000 - Procedimento




Fonte; http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/120/artigo299110-1.aspx

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